A ANSIEDADE TEM TRATAMENTO


Rossana Araripe Lindote

A ansiedade é um mecanismo instintivo e protetor, intrínseco à natureza dos seres humanos, que ativa um alerta indicando a presença de alguma ameaça e a necessidade de nos defendermos do perigo. Desde os tempos primitivos, esse mecanismo tem sido útil para a sobrevivência da espécie.

Ela é acompanhada por mudanças fisiológicas, cuja finalidade é nos capacitar para a defesa em forma de luta ou fuga. O coração aumenta o ritmo para bombear sangue mais depressa para o nosso corpo, a respiração se acelera para nos prover de oxigênio mais rapidamente e a produção de cortisol aumenta, preparando o nosso corpo para enfrentar a ameaça.

Quando a ameaça é superada, o mecanismo físico se reestabiliza, e o organismo volta à homeostase, ao equilíbrio. Contudo, se o sistema está desregulado, por desequilíbrio nos neurotransmissores cerebrais, o alerta dispara mesmo na ausência de uma ameaça concreta, atual ou iminente, como o alarme defeituoso de um carro, que é acionado mesmo que ninguém esteja forçando a porta para roubá-lo.

Nesse nível, a ansiedade se torna um transtorno, havendo a necessidade de intervenção profissional . Muitos de nós lidam com frequência com uma carga baixa ou moderada de ansiedade e conseguem seguir adiante. Mas se o nível de ansiedade aumentar muito, ela pode se manifestar em distúrbios diversos: Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC), Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Síndrome do Pânico ou Fobias de vários tipos, gerando sofrimento psicológico e atrapalhando as interações com as pessoas mais próximas, que muitas vezes não compreendem ou não aceitam o transtorno e não sabem como ajudar.

Lidar com um alto grau de ansiedade diariamente, pode ser exaustivo, o que acaba por deprimir a pessoa ansiosa, que se sente “paralisada”, sem conseguir administrar as demandas do cotidiano.

Os melhores resultados no tratamento contra a ansiedade são obtidos conjugando-se o acompanhamento psicológico – destacando-se aqui a Abordagem Cognitivo-comportamental - e a terapia medicamentosa. Enquanto a medicação - devidamente prescrita pelo médico especializado, o psiquiatra – produz seus efeitos farmacológicos, modulando as emoções, o paciente aprende na psicoterapia a ressignificar seus medos e a tolerar a ansiedade até que ela arrefeça, sem adotar comportamentos que a agravem, tornando-se apto a manejar seus estados emocionais.

A psicoeducação auxilia o paciente a compreender a dinâmica do transtorno psicológico e restaura a esperança de melhora, engajando-o numa postura colaborativa junto aos profissionais que o acompanham.


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Rossana Araripe Lindote

E-mail: rossanalindote@gmail.com

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