O AMOR E O MEDO


Rossana Araripe Lindote

Vivemos mergulhados num mar de incertezas. Temos muitas perguntas e poucas respostas. A nossa mente finita, mesmo com apoio na ciência, não pode apreender o infinito ou transcender o tempo ou o espaço, vislumbrar o futuro e nos garantir o controle das nossas circunstâncias. Carecemos de completude. No nível da consciência, estamos limitados ao poder do nosso corpo físico e ansiamos por garantias das quais não dispomos. Mesmo os que acreditam na força suprema de Deus, sofrem e se angustiam. Somos seres imperfeitos e a fé que possuímos é restrita ao nosso nível de desenvolvimento.

É natural que tenhamos medo. Somos seres vulneráveis. Tentamos nos resguardar, nos proteger contra ameaças reais ou supostas. Em certa medida, o medo é um mecanismo protetivo, mas se aparece em situações em que não há uma ameaça real ou se surge de forma desproporcional à realidade, ele nos atrapalha, nos tolhe e nos impede de saborear as nossas vivências. Muitas vezes nos deixamos controlar pelo medo e ele tolda a nossa visão e estraga a nossa alegria.

Podemos nos esconder e nos paralisar diante do medo. Ou podemos reconhecê-lo, encará-lo de frente e descobrir de que maneira ele está influenciando nossas emoções, nossas atitudes e comportamentos. Enfrentar os nossos medos não é o melhor caminho para vencê-los, é o único! Podemos olhar para dentro de nós e perguntar: qual o medo que está por trás desse sentimento de raiva? Que medo está escondido sob a inveja? Sob o orgulho e o egoísmo? Sob a inércia e a procrastinação? Ao entender o quanto o medo guia a nossa postura, podemos modificá-la e tomar decisões diferentes. Podemos mudar a direção que havíamos escolhido e obtermos melhores resultados.

Não nos livramos completamente do medo. Ele faz parte da nossa condição humana, mas aprender a lidar com ele nos é de grande valia, porque em nosso mundo, existem apenas dois sentimentos: o Amor e o medo. O que não é fruto do Amor é fruto do medo.

Quando conseguimos minimizar a influência do medo em nossas vidas, permitimos que o Amor floresça e que os seus frutos amadureçam em nós. Podemos celebrar então a ternura, a doçura, a alegria, a generosidade e a boa-vontade. O Amor nos resgata da nossa pequenez humana, nos desenvolve espiritualmente e nos assemelha ao Divino que reside em nós. Quando recebemos Amor ficamos felizes, mas o que nos traz mais alegria é o Amor que oferecemos!

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Rossana Araripe Lindote

E-mail: rossanalindote@gmail.com

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