MEDO, EU?! NÃO, O QUE EU SINTO É PAVOR!

Naturalmente todos nós temos alguns receios em determinadas circunstâncias e podemos sentir ansiedade em maior ou menor grau diante de alguma experiência que sentimos que pode nos prejudicar. Mas quando o nosso medo de objetos, lugares, situações e atividades é muito intenso, desproporcional ao perigo real, a ponto de nos sentirmos incapazes de lidar com a situação temida, e de nos preocuparmos com muita frequência com a possibilidade de nos defrontarmos com o que nos causa medo, isto pode ser caracterizado como fobia.

As fobias, classificadas como transtornos de ansiedade, se apresentam em vários tipos: Claustrofobia – medo de lugares fechados, Agorafobia – medo de lugares abertos ou multidões – Fobia Social, medo de falar em público, Acrofobia – medo de altura, e muitos outros. Muitas vezes, a pessoa que sofre de fobia tem consciência de que seu medo é irracional, mas não consegue dominá-lo.

O medo irracional acarreta os sintomas da ansiedade, e em alguns casos pode evoluir até um ataque de pânico. Quando sentimos um medo muito intenso, procuramos nos proteger através da esquiva, apresentando um “comportamento de evitação”, buscando a todo custo evitar nos aproximarmos daquilo que tememos. Isso pode ser relativamente fácil, como no caso de Aerofobia, em que a pessoa pode decidir jamais viajar de avião, ou muito difícil, como em casos de Claustrofobia, em que a pessoa é obrigada a trabalhar em um andar muito alto de um edifício, em que precisa diariamente usar um elevador.

Em casos de fobia — medo intenso e paralisante em situações onde não há um risco real — não adianta nos mantermos longe daquilo que tememos. Esse comportamento de esquiva alivia temporariamente o estado ansioso, mas o medo a longo prazo se cristaliza. A solução é o enfrentamento, mas isso não pode ser feito de modo brusco.

O tratamento da fobia pode ser feito através de acompanhamento psicoterápico, isoladamente ou acompanhado de suporte medicamentoso, em casos mais severos. A Terapia Cognitivo-comportamental — TCC, com a técnica de dessensibilização progressiva, pode ajudar. Em conjunto, o psicoterapeuta e o paciente constroem uma hierarquia dos estímulos, do menos aversivo ao mais ameaçador, e planejam uma exposição lenta e progressiva, em que o paciente aprende a tolerar a ansiedade a cada passo, até que a situação temida não cause mais desconforto significativo em sua vida. Como parte do tratamento, técnicas de relaxamento para controle da ansiedade são ensinadas ao paciente.

A depender do tipo e da intensidade da fobia, esse transtorno pode impactar seriamente o cotidiano de uma pessoa e prejudicar suas interações sociais. É preciso então procurar ajuda, buscar tratamento, para sustentar uma vida com qualidade.

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