NÃO ENTRE EM PÂNICO

A Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico se inclui no espectro dos Transtornos de Ansiedade, e se caracteriza pela ocorrência de ataques de pânico, repetidas vezes. Os ataques de pânico, ou crises de pânico, são episódios súbitos de medo intenso, gerados pela ansiedade exacerbada e podem produzir sintomas físicos diversos, tais como: dor no tórax, taquicardia, falta de ar, tontura, náuseas, medo de perder o controle ou de enlouquecer e sensação de morte iminente, entre outros. Esses sintomas têm origem psicogênica e não orgânica. Embora o risco de morte não esteja presente, uma crise de pânico constitui uma experiência extremamente angustiante.

Depois que a crise é superada, o receio de um novo ataque faz a ansiedade aumentar, de forma antecipatória, e a pessoa adota comportamentos de esquiva, passando a evitar locais e situações semelhantes àqueles onde a crise aconteceu. Com o tempo, pode ser levada a se retrair cada vez mais, isolando-se do convívio social.

O gatilho que origina o primeiro ataque de pânico nem sempre é óbvio, podendo estar relacionado ou não a certos medos: de animais, de avião, de altura, mas envolve sempre alto nível de ansiedade. O ataque de pânico pode ainda ser desencadeado por estresse intenso, por eventos traumáticos, e pode ser influenciado por uma vulnerabilidade expressa em fatores genéticos, que se manifesta em alterações neuroquímicas.

Em situações de perigo, todos nós podemos sentir pânico, mas esse transtorno diferencia-se do pânico que poderíamos chamar de natural, porque não corresponde a uma ameaça real, concreta ou iminente. É como um alarme antirroubo de um carro, que por estar defeituoso, dispara repentinamente, sem qualquer motivo.

O tratamento do Transtorno do Pânico, após diagnóstico realizado por médico psiquiatra, se baseia em estratégias para diminuir a ansiedade e pode incluir: respiração abdominal, técnicas de relaxamento, meditação, psicoterapia com reestruturação cognitiva, que promova a modificação dos pensamentos que causam a ansiedade, o aprendizado de gerenciamento do estresse, e medicação. Mudanças no estilo de vida, com a adoção de hábitos saudáveis de sono, alimentação e exercícios físicos são importantes para o êxito do tratamento.

A ajuda recebida da rede de apoio familiar, incluindo amigos e outras pessoas significativas, é fator de suma importância no auxílio à pessoa com esse transtorno. É possível acalmar uma pessoa que está em crise, ouvindo-a com seriedade, sem zombar de suas queixas, lembrando-a de que os sintomas são transitórios, conduzindo-a a um lugar onde se sinta segura e auxiliando-a a tomar a medicação prescrita para esses momentos. Em um mundo cada dia mais estressante, em que aumenta a prevalência dos transtornos de ansiedade, estar informado sobre essas questões, é essencial.

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