POEMA DA LIBERDADE

Quando eu morrer, por favor me jogue no mar!
Antes queime o meu corpo, me transforme em cinzas, iguais a tantas outras e me leve para as águas do mar de Ilhéus.
Queime o corpo que me serviu por tantos anos, que me permitiu sair e voltar, caminhar, correr, me mover nesse mundo. Queime o corpo do qual me servi para concretizar tantas coisas, arrumar, organizar, transformar…
Transmute em cinzas esse corpo que me possibilitou tantas experiências humanas: amar, sorrir, chorar e interagir com as pessoas. Esse corpo que me inspirou tantos cuidados, dores, prazeres, sensações…
Leve-me para os mares de Ilhéus, para essa praia onde andei vezes incontáveis durante todo o tempo em que vivi.
Faça uma oração sem palavras e jogue minhas cinzas no mar para que eu me misture aos meus antepassados, aos outros morrentes, aos animais e plantas marinhas…para que eu faça parte de tudo que vive.
Jogue-me, disperse-me para que eu possa estar em todos os lugares. Não preciso mais desse corpo que agora me limita, quero ser livre!

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